Rococó: Luxúria e Extravagância
- Lívia Sombrio
- 12 de jun. de 2015
- 3 min de leitura

Retratro da Marquesa de Pompadour, por François Boucher (c.1756)
O estilo que se sucede ao barroco é marcado pela luxúria, extravagância e por uma cultura de aparências. Com certeza Luis XVI conseguiu marcar uma época e dar início a era da alta costura na França, acompanhado por outras nem tão extravagantes mas não menos luxuosas pelo restante da Europa.
Rococó encontra seu significado na denotação do nome com as pequenas pedras - rocaille - e conchas - coquilles - que adornavam os diversos estilos.
A França passa a ser o grande centro da alta costura e se dá início a produção de conteúdo de moda por modo de desfiles, semanas de moda e jornais fazendo propaganda para as diversas grifes que surgiram, tais quais nomes de grandes estilistas da época. A Gentleman's Magazine era uma revista inglesa direcionada para homens como grande parte do conteúdo gerado, pois estamos vendo um estilo ditado pelo rei, e para as mulheres a influência vem das amantes do rei e não da rainha.
Há uma richa entre França e Inglaterra, a França com seus diversos adornos e frufrus e a Inglaterra com os bordados nos tecidos remetendo ao bucolismo, interesse gerado a partir da importação de plantas exóticas trazidas das Índias Orientais, que com o tempo conduziu a uma inevitável aparência estilizada e uniforme.
Lyon é o maior produtor de seda e bordado, ao invés da Itália, e Paris domina o ramo dos aviamentos, acessórios e inovação nos tecidos.
A Grã-Bretanha liderou na área de fiação e tecelagem industriais, tornando as roupas mais baratas para um mercado em expansão, exportando para a nova América.
O grand habit e o robe à la française de mantém para os trajes formais de corte e os vestidos costas-saco (sack-back) e mantua eram usados no dia-a-dia. Para os hmoens o terno de três peças praticamente não mudou, apenas se modificando na sua essência e tecidos.
Os feitios de tecido se mudavam conforme a estação, dando início a uma moda frívola e de temporada, logo que passava de moda estas roupas eram doadas para parentes menos abastados ou desmanchados para produção de novas peças.
É muito comum se ver penteados gigantescos adornados com penas de avestruz e colares de pérolas e pulseiras como acabamento de trajes formais.
Túnicas com franjas, amarrações e laços davam acabamento a peitilhos muito bem elaborados e os babados eram muitas vezes suspensos como guirlandas nas saias, enfeitados com rosetas de tecidos contrastantes.
A arte nos sapatos passou a ser muito mais elaborada neste período, dada sua preferência pelo Rei Luís XVI, que era tão baixinho que passou a criar tendência de sapatos mais altos para os homens.

Gravura Penteado à moda da independência ou o triunfo da liberdade (1778)
Os acessórios somam a tanto que foi criado um mercado especialmente para eles, chapéus, adornos como barcos e penas para cabelos que eram sustentados por arames para dar volume, ou ainda com auxílio de perucas. O uso de leque se tornou comum para as mulheres exibirem suas sedas finas. A moda de chapéus e penteados remeteu muito a influência de Maria Antonieta, nova rainha da França, que por muito tempo teve de sustentar sua imponência por meio de roupas.
A imagem do Dandi inglês começa a tomar forma devido a moda macaronni, quando os cavaleiros ingleses passaram a se preocupar excessivamente com a aparência, chegando a permear o universo feminino nos acessórios.

Caricatura da moda Macaronni

filme Maria Antonietta (2006)
Uma indicação muito conhecida de filme é Maria Antonieta, que mostra muito dessa atmosfera frívola e de aparências, porém com uma ótica mais atual.
A princesa austríaca Maria Antonieta (Kirsten Dunst) é enviada ainda adolescente à França para se casar com o príncipe Luis XVI (Jason Schwartzman), como parte de um acordo entre os países. Na corte de Versalles ela é envolvida em rígidas regras de etiqueta, ferrenhas disputas familiares e fofocas insuportáveis, mundo em que nunca se sentiu confortável. Praticamente exilada, decide criar um universo à parte dentro daquela corte, no qual pode se divertir e aproveitar sua juventude. Só que, fora das paredes do palácio, a revolução não pode mais esperar para explodir.
Em 2012 Gisele Bündchen incorpora a Maria Antonietta ao fazer uma campanha para a Sky Brasil:
"Sempre me divirto muito fazendo as campanhas da Sky Brasil. Desta vez, incorporei Maria Antonieta, na campanha 'Em que época que você vive que não tem SKY'.

Gisele Bündchen para Sky Brasil (2012)
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Bibliografias:
http://revistaquem.globo.com/Revista/Quem/0,,EMI294539-9531,00.html
http://megafilmeshd.net/maria-antonieta/
Tudo Sobre Moda / editora geral: Marnie Fogg; tradução Débora Chaves, Fernanda Abreu, Ivo Korytowski. - Rio de Janeiro: Sextante, 2013.

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